segunda-feira, 23 de maio de 2016

Perseguidos, mas não desamparados

“Lembrem-se dos que estão na prisão, como se aprisionados com eles; dos que estão sendo maltratados, como se fossem vocês mesmos que o estivessem sofrendo no corpo.” Hebreus 3.3

Desde que iniciamos nossa parceria com a igreja de um dos países do Oriente Médio mais fechados ao Evangelho no mundo, tenho sido profundamente impactado com o testemunho desses queridos irmãos. Sempre que os encontro, retorno quebrantado e com um sentimento de que estou fazendo tão pouco, de que minha vida como discípulo de Jesus ainda precisa ganhar mais significado.

Não é sentimento de culpa, é consciência daquilo que autor aos Hebreus escreveu: “Na luta contra o pecado, vocês (eu) ainda não resistiram (resisti) até o ponto de derramar o próprio sangue” (Hebreus 12.4).

Em todos os testemunhos compartilhados até hoje, só ouvi um que disse que nunca foi preso; todos já tiveram a experiência de terem passado pela prisão ou sofrido algum tipo de tortura por parte da polícia.

Na minha última visita aos nossos irmãos, ouvi de uma jovem que estava grávida que a polícia entrou em sua casa e a levou prisioneira. Ela era acusada de conspirar contra a estabilidade política do país por ser cristã, participar das igrejas nas casas e proclamar a sua fé. Nas sessões de interrogatório, ela foi torturada e espancada, recebeu chutes em sua barriga e só depois de muitos dias, após muito sangrar, foi levada ao hospital.

Ficou internada, teve que abortar o filho e recebeu a informação de que não poderia mais engravidar. O marido dela, que ainda não era convertido, viu todo o sofrimento por que ela passou e notou a segurança e confiança dela, mesmo após passando por tudo aquilo.

Quando a mulher ainda estava na prisão, o marido orou ao Senhor dizendo que, se ele fosse realmente Deus, que Ele libertasse sua esposa. Ela foi solta, e ele entregou sua vida a Cristo.

Quando encontramos o casal, eles estavam firmes com o Senhor e carregavam nos braços um lindo bebê, fruto de mais um milagre que Jesus tinha operado na vida deles.

Algumas perguntas, sempre rondam a minha mente depois que retorno dos encontros com esta vibrante igreja, e uma delas é: o que dá tanta força a esses irmãos para superarem tantos sofrimentos e ainda assim continuarem firmes testemunhando e proclamando sua fé diante das constantes ameaças? (A igreja nesse país é a que mais cresce no mundo atualmente.)

O texto a seguir foi extraído do material publicado pelo Ministério Elam, organização parceira de Missões Mundiais, para o trabalho entre iranianos. Acredito que ele contém pelo menos uma das respostas a minha pergunta.

Muitos cristãos no Irã estão pagando um alto preço pela sua fé em Jesus. Eles perderam seus empregos, casas ou até mesmo a guarda dos filhos. Alguns têm sofrido abusos físicos. Muitos são rejeitados por amigos e familiares. E alguns estão injustamente detidos no sistema carcerário da “notória” prisão iraniana.

Suas orações são vitais. A oração fortalece nossos irmãos e irmãs e lembra-lhes que eles não são esquecidos.

Em uma de suas cartas escritas na prisão, o pastor iraniano Farshid Fathi certa vez afirmou: “Eu sinto a fragrância das orações como uma brisa fresca no meu coração e que me fortalece de longe”.

Por favor, considere permanecer em solidariedade e amor através da oração com iranianos presos sob falsas acusações políticas, mas que, na verdade, os encarceramentos são feitos por causa de sua fé cristã.

Há ainda dezenas de detidos que não foram condenados no tribunal. Para muitas pessoas, essa é a fase mais difícil, porque quase sempre envolve longos períodos em confinamento solitário e longas e duras sessões de interrogatório, muitas vezes envolvendo tortura física e psicológica.

E por favor, ore pela recuperação de cristãos libertados recentemente, por sua readaptação à vida normal e para os seus planos para o futuro.

Espero que, ao fim desta leitura, você se sinta ainda mais encorajado a orar por esses irmãos e irmãs que fazem parte da igreja sofredora, perseguida, mas não desamparada.

Jessé
coordenador JMM – Oriente Médio e Norte da África

Fonte: Junta de Missões Mundiais

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